quinta-feira, 27 de maio de 2010

O psiquiatra do Führer

O promissor pintor paisagista Adolf Hitler deixou de lado suas tintas e pincéis para alistar-se no 1a Companhia do Regimento Bávaro de Infantaria da Reserva, e foi lutar na batalha de Ypres tornando-se um dos 600 sobreviventes dos 3.500 soldados enviados. Num lance jamais esclarecido, ele sozinho, armado apenas com uma pistola fez prisioneiros um oficial francês e 15 soldados inimigos, feito pelo qual foi condecorado com a cruz de ferro, evento que o marcou profundamente. Em 1916 foi ferido na perna, recuperou-se e reintegrou-se ao exército como mensageiro entre os quartéis e a linha de frente, e no último mês da I Grande Guerra, em 1918, ele sofreu um ataque de gás mostarda na frente de Flanders e ficou temporariamente cego. É este o fato que dá início à nossa história.

Rudolph Binion (1984) foi o primeiro a observar que algo crítico aconteceu com Hitler durante sua estadia no hospital militar de Pasewalk para curar-se das queimaduras e cegueira provocada por gás mostarda. Um homem tímido, com receio de falar em público, que nutria ódio pelos derrotistas, jesuítas e comuinistas, teria saído deste hospital inteiramente mudado: olhar penetrante, gestos firmes, gosto de falar em público, carismático, enfim, com os traços de personalidade que iriam caracterizar o futuro Führer.

Após este episódio crítico, Hitler integrou o serviço de espionagem alemão e sua tarefa era observar os movimentos comunistas. Nessa época tornou-se membro do Partido dos Trabalhadores Alemães, uma organização política criada para ser oposição (inclusive armada) ao PT bolchevique. O PT germânico pregava um socialismo radical baseado no nacionalismo germânico, na supremacia da raça ariana e no anti-semitismo radical, ideologia, aliás, que teve financiamento de importantes sociedades e a simpatia geral na Europa. Mais tarde este partido se tornaria o famoso Partido Nacional Socialista.

O nacionalismo era a doutrina mais radical desse partido, tomando para si toda a mitologia da superioridade da raça ariana baseada numa pseudo-ciência fermentada desde o século XVIII. Este nacionalismo baseava-se em teorias sobre história e antropologia, cultos a deuses germânicos pagãos, valorização do folclore, ritos e rituais que ligavam a cultura alemã contemporânea aos antigos heróis e valores da "raça". Restava encontrar um bode expiatório para os problemas econômicos e os desmandos da Alemanha e os judeus preenchiam este papel.

De fato, este estratagema já fora desenvolvido no século XIX e disseminado pela propaganda russa e européia como, p. ex., através de uma publicação denominada "Os Protocolos dos Sábios do Sião". Embora este documento seja definitivamente uma fraude (v. Eco, 1994) elaborada possivelmente na Rússia, esta prova definitiva não surtiu efeito. A propaganda era intensa. Uma das obras anti-semitas mais lidas, comentadas e respeitada até mesmo por Churchil, que costumava citá-la, era a da escritora Nesta Webster (best-seller nos anos 20), que denunciava o marxismo como uma fachada para a "ameaça judaica". O clima, portanto, era favorável à ideologia nacional-socialista (ou nazismo), cujo populismo tinha a simpatia incondicional da maioria dos alemães e foi para cumprir a vontade desta maioria que Hitler tornou-se Führer firmando um pacto com essa vontade radical, irracional, que freqüentemente emana das massas.

Um breve interlúdio.

Binion (1984) considera que o ódio de Hitler pelos judeus teria sido motivado por um incidente ocorrido em sua infância: a morte de sua mãe. Hitler era o quarto filho de Klara, que perdera seus três primeiros rebentos em tenra idade pela difteria. Cinco anos depois de Adolf nascia Edmund, que também morreria (de sarampo), e finalmente Paula, que cresceria junto com Adolf. Klara agarrou-se tremendamente ao pequeno Adolf, que ela temia perder. Mãe e filho viviam numa simbiose afetiva.

Quando Klara desenvolveu um câncer de seio o desespero tomou conta da vida de Adolf. Ele decidiu contratar o dr. Edmund Bloch, médico famoso, judeu, de honorários elevados. Este médico deixou como testemunho jamais ter visto um jovem tão transtornado com a morte iminente de sua mãe, testemunho também deixado por um amigo de infância, August Kubizec. Bloch propõe usar, como medida heróica para tentar minorar o terrível sofrimento de Klara, a aplicação de gaze embebida em iodo sobre as chagas cancerosas, avisando que tal medida poderia envenenar a paciente. O jovem Hitler insistiu em que tal tratamento fosse realizado e, de fato, Klara morreu da intoxicação hepato-renal provocada pelo iodo, abreviando-se o curso de sua morte já próxima e inevitável. Hitler sentia-se culpado desta morte e reprimiu um tremendo rancor pelo médico.

Retornando à narrativa.

Após receber a cruz de ferro algo mudou no comportamento do arredio Hitler. Entre os períodos de atividade militar e exercícios, Hitler passava suas horas calado, meditando e ocasionalmente escrevendo. Vez por outra ele se inflamava e pregava a supremacia do espírito alemão e profetizava a rendição da Alemanha e toda infelicidade que daí viria para o povo germânico. Este patriotismo profético, que se tornou um traço peculiar, que se manifestava em exaltações, não deixou de ser notado por todos os que conviveram com ele neste período, particularmente pelo psiquiatra que o trataria. Tais manifestações não se caracterizavam por delírios ou alucinações e o seu pensamento era organizado. Não havia traços psicóticos na personalidade de Hitler, mas o caráter histriônico era patente e também um passado de acidentes histéricos (conversões).

A cegueira de Hitler, que será comentada a seguir, certamente foi um típico acidente histérico, uma histeria de conversão. Além de seus evidentes traços de personalidade histriônica, teria ele uma história pregressa sugestiva? Erich Fromm (cit. por Binion, 1984) cita um sintoma positivo de conversão na história clínica do Führer, relatado por Speer, ministro do III Reich e também amigo íntimo de Hitler. Por duas vezes ele testemunhou uma convulsão parcial no braço direito de Hitler: a primeira após o fracassado putsch de Munich, e a segunda quando soube da derrota alemã em Stalingrado. Estes fatos e seu caráter episódico apontam para um distúrbio conversivo, sendo pouco provável uma epilepsia bravais-jacksoniana.

Uma estranha história

Após o ataque de gás mostarda no front (15 de outubro de 1918, em Flanders), queimado e temporariamente cego, Hitler foi recolhido ao hospital militar de Pasewalk, próximo de Berlim. Aí ele foi cuidado e recuperou a visão sem nenhuma seqüela. Contudo, com a notícia da rendição alemã em 11 de novembro deste mesmo ano, ele entrou em desespero e ficou novamente cego. A intensidade desse desespero e o retorno da cegueira impressionaram tanto os médicos deste hospital, que eles apelaram aos conhecimentos de um professor universitário especialista em histeria de guerra, o psiquiatra Edmund Forster.

Na sua autobiografia Hitler omite o nome deste médico, e muito menos que foi tratado por um psiquiatra, ele diz ter sido ajudado por uma enfermeira de espírito maternal que lhe transmitiu palavras de incentivo que o curou. Não podemos deixar de notar que este ocultamento da figura do psiquiatra por uma figura materna é muito significativo aqui. Não podemos deixar de notar também que ele se refere especificamente à uma cura pela palavra.

O método de Forster não era bem visto pelos seus colegas. Ele atuava de modo direto, incisivo, autoritário, através do hipnotismo e da sugestão, repreendendo e incentivando, mas apesar de ser criticado por alguns de seus pares, seus pacientes demonstravam-lhe gratidão, respeito e estima. Se o hipnotismo e a sugestão não eram suficientes, ele recorria a métodos mais drásticos, repreendendo o paciente sob a acusação de criar sua doença para fugir à responsabilidade para com a Pátria e seus companheiros e o ameaçava com o Conselho de Guerra ou mesmo com a Corte Marcial. Este método, contudo, não era estranho aos psiquiatras que atuavam na frente de batalha. Urgia tirar o paciente da sua neurose e reintegrá-lo imediatamente às fileiras das armas, ainda mais porque o exemplo era contagioso e soldados que se beneficiavam da neurose adquirida na batalha servia para espalhar o temido contágio histérico. Assim, o psiquiatra no front não estava muito preocupado com repressão e defesa, mas com um objetivo imediato fossem quais fossem os meios, e estes tinham de ser rápidos e eficazes para seus propósitos. É assim que Wilder (1990) indaga se, nestas palavras de Hitler, em seu "Mein Kampf", não ecoava a voz de Forster numa das sessões decisivas de sua terapia: "... quando o gás queimava e cegava meus olhos e eu me desesperava, a voz da minha consciência ecoava contra mim: 'Miserável, ousas lamentar agora enquanto milhares sofrem neste momento cem vezes mais que tu?'".

Binion (1984) argumenta se Forster não teria usado o fanatismo patriótico de Hitler contra sua cegueira histérica, e cita ainda estas palavras do próprio Forster sobre o seu método hipnótico-sugestivo: "Quando eu uso o método da sugestão (...) eu faço meus pacientes saberem que não estou me servindo de um meio de cura, eu digo a eles que [se eles recuperam sua vontade por tal] este método prova somente que eles não estavam doentes, pois, se o estivesse, a sugestão não serviria para nada". São palavras verdadeiras, pois, a sugestão não cura, apenas modifica um comportamento inadaptado por outro mais adaptado à situação, e a histeria não está fora desta consideração.

Forster foi a Paris em 1933 e aí entrou em contato com imigrantes alemães editores do jornal anti-fascista "Das Neue Tagebuch", aos quais teria contado a sua incrível história. Ernst Weiss, um cirurgião que fora um antigo discípulo de Freud foi chamado para testemunha-la e inspirou-se no relato de Forster para escrever o seu romance "Le Témoin Oculaire". Foi este romance, no qual Weiss descreve a milagrosa cura da cegueira histérica do personagem A.H. no hospital P. (está claro que A.H. são as inicias de Adolf Hitler e P. o hospital militar de Pasewalk, porém o nome do psiquiatra nunca é revelado), que Binion acredita ser um relato fiel do que Weiss ouviu do próprio Forster. Embora seja apenas um romance, e não uma biografia ou um relato histórico, é interessante especular, como fez Binion, sobre o assunto uma vez que a narrativa está cheia de fatos que sabemos ser verdadeiros na biografia do famoso neurótico.

No romance de Weiss, uma cura milagrosa opera-se em A.H., um herói de guerra atingido por gás mostarda e recolhido ao hospital P. para ser tratado. O psiquiatra observara longamente aquele homenzinho arredio, moralista, que pregava ódio aos inimigos da Alemanha e de seu ardente desejo de retornar ao front para dar a sua vida pela Pátria, e então usou o próprio fanatismo patriótico do doente contra seu sintoma mórbido.

Weiss descreve um longa sessão noturna onde o psiquiatra deixa A.H. à vontade para falar de si mesmo e o incentiva a expressar seu patriotismo exaltado. Numa segunda sessão, também à noite, realizada na obscuridade tendo apenas uma vela acesa, o psiquiatra, após examinar os olhos do paciente, lhe afirma que sua cegueira não tem cura dentro da medicina e em seguida, adotando uma postura hierática, diz a A.H. que somente ele poderá curar a si mesmo, despertando em seu interior forças espirituais curativas poderosas. Então ele pede ao ilustre paciente para se concentrar na luz da vela que está na sala, e enquanto este, impressionado, se concentra, ouve a voz solene do psiquiatra dizer-lhe: "A Alemanha precisa de homens como você... A Áustria acabou... mas a Alemanha ainda persiste... para você tudo é possível! Deus irá ajudá-lo em sua missão, se você ajudar a si mesmo agora", e conclui com a imperiosa sugestão: "Se você confiar cegamente nesta missão, sua cegueira desaparecerá!".

Deu-se então a "cura milagrosa": A.H. recuperou neste mesmo momento sua visão. E mais que isto, era agora um homem diferente, mudado, olhar penetrante, a fala segura, personalidade carismática, um predestinado. Tão diferente daquele homem que o psiquiatra observara longamente antes de planejar a sua terapia: um homem tímido, arredio, com inibição de falar em público, que exprimia seu ódio pelos bolcheviques, jesuítas, e derrotistas (o câncer de sua mãe?), e um amor filial pela Alemanha (sua mãe?), que estava nas mãos deste inimigos (o médico judeu?)? Agora uma transmutação tinha se operado. Aquele insignificante herói de ocasião, plúmbea personalidade, transformara-se em uma liderança fanática, um ouro diabólico que iria até as últimas consequências do seu delírio.

O resto do romance descreve as peripécias deste psiquiatra perseguido pelo Estado liderado agora por seu antigo paciente A.H. De fato, com a ascensão de Hitler seu dossiê psiquiátrico desapareceu por ordens do mesmo. Uma cópia ficou com Canaris, chefe do serviço secreto da Wehrmacht, e outra com Himmler até 1940. Todos os documentos nazistas, contudo, foram queimados e nenhum prova aparentemente restou. Foster se viu em perigo não apenas com a ascensão de Hitler, mas também de figuras como Göering, que Forster diagnosticou como cocainômano, e Bernard Rust, ministro da educação nazista, que fora acusado de estupro, e que Forster diagnosticou como psicopatia amoral.

Edmund Forster suicidou-se logo após seu retorno para a Alemanha ainda em 1933. Em 1940 Ernst Weiss fez o mesmo quando as topas alemãs entravam em Paris.

Criação monstruosa de um psiquiatra?

Tal como o haxixe ou o álcool nada provocam que já não seja do próprio caráter e disposição do indivíduo, nenhuma hipnose ou sugestão muda ninguém. A psicoterapia pode reestruturar comportamentos, esclarecer motivações, atualizar tendências, mas não pode criar um novo ser. Hitler certamente não foi criação de Forster, como sugere Binion após a leitura de Weiss, mas sua própria criação atualizada por forças poderosas consteladas dentro de um contexto de crise e conduzido por tais numa sequência de oportunidades que soube utilizar. Tal como Joana D'Arc, ele foi um produto de suas próprias fantasias e levado por elas na multidão sequiosa de revanche. Se anjo ou diabo, é o juízo da história que decide. Talvez Forster tenha sido o catalisador desta reação, atualizando um desejo longamente reprimido, mas ainda assim isto não seria suficiente para o advento do Führer se não houvesse o referendum da vontade do Partido Nacional-Socialista e a pressão da vontade popular. Ou Hitler teria sido um mero profeta apocalíptico panfletando nas ruas, ou ele seria o que foi dentro da geometria inevitável que a imprevisibilidade e a instabilidade da história criou num determinado tempo e num determinado lugar, permitindo que uma vontade coletiva elegesse aquele que poderia realizar sua catarse. Este e um fenômeno que observamos nos grandes movimentos da história.

A ascensão de Hitler é marcada por uma vontade coletiva longamente reprimida e mantida sob recalque pela política internacional. A humilhação da perda da I Grande Guerra e a provação que o povo foi submetido pela dívida de guerra e juros da dívida interna, a falência dos projetos social e econômico, ansiava pelo messias libertador. Foram estas forças coletivas que o elegeram, dentre os fracos, oprimidos e neuróticos, aquele que se dispunha a ser o seu instrumento. E é esta a finalidade de todo líder carismático: promover a catarse, encontrando o bode expiatório mais adequado (o comunismo internacional, tido então como a fachada do "projeto judaico" para desestabilizar a Europa e dominá-la economicamente) para descarregar todas as energias hostis longamente represadas, para depois desaparecer, pois, sua finalidade é apenas esta.

O mais interessante é que esta paranóia persiste desde a época dos templários e dela alimentam-se os nacionalismos e fundamentalismos desde então. Parece ser ela que impulsiona o motor do Eterno Retorno. Mudam-se apenas os discursos e os bodes expiatórios.

A Mãe de Adolf Hitler

A adoração que Adolf sentia pela mãe revela-se nesse trecho de Minha Luta, parte do primeiro capítulo.

Minha mãe sentia-se no dever de, conforme aos desejos de meu pai, continuar minha educação, isto é, fazer-me estudar para a carreira de funcionário.

Eu, porém, estava ainda mais decidido do que antes a não ser burocrata, sob condição alguma. À proporção que a escola média, pelas matérias estudadas ou pela maneira de ensiná-las, afastava-se do meu ideal, eu me tornava indiferente ao estudo.

Inesperadamente, uma enfermidade veio em meu auxílio e, em poucas semanas, decidiu o meu futuro, pondo termo à constante controvérsia na casa paterna (...). Sob a impressão da minha moléstia, minha mãe consentiu finalmente em tirar-me, tempos depois, da escola profissional e em deixar-me freqüentar a Academia.

Foram os dias mais felizes de minha vida, que me pareciam quase que um sonho e, na realidade, de sonho não passaram.

Dois anos mais tarde, o falecimento e minha mãe dava a esses belos projetos um inesperado desenlace.

Klara Hitler morreu em dezembro de 1907, quatro anos depois de seu pai.

Ela teve câncer no seio e, segundo algumas fontes, Adolf teria contratado Edmund Bloch, um médico judeu famoso que cobrava caro por seus tratamentos.

O médico examinou a paciente e verificou o nível de seu sofrimento. Diante do diagnóstico, ele teria sugerido o tratamento das feridas com o uso de gaze embebida em iodo, um método que poderia gerar um envenenamento como efeito colateral. O filho aceitou correr o risco e Klara foi tratada, morrendo em seguida como conseqüência do uso do iodo conforme havia sido previsto. A morte da mãe parecia certa, mas o iodo teria acelerado seu fim.

O Fuhrer escreveria sobre isso em Minha Luta:

A sua morte se deu depois de uma longa e dolorosa enfermidade que, logo de começo, pouca esperança de cura oferecia. Não obstante isso, o golpe atingiu-me atrozmente. Eu respeitava meu pai. Mas por minha mãe tinha verdadeiro amor.

Seria esta a verdadeira origem de seu antissemitismo e de suas idéias racistas?

Teria ele acalentado a morte de sua mãe como efeito catalisador do que se tornaria mais tarde o nazismo? Ninguém sabe ao certo. É errado, porém, achar que a idéia da propagação racista nasceu com Hitler e seu partido dos trabalhadores.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Pai de Hitler


O emprego como inspetor chefe num escritório alfandegário exigia muito de Alois. Viagens eram constantes e mudar de endereço logo se tornou um hábito para sua família. Assim, durante a década de 1890, a família Hitler saiu de Braunau e passou por Halfeld, Fischlham, Lambach e Leonding, todos eles vilarejos localizados em Linz, importante região industrial na alta Áustria.

Adolf relembrou a carreira de Alois várias vezes, inclusive em sua biografia, mas sempre deixou claro que nunca pensou em seguir o mesmo caminho do pai. O que parece uma espécie de contradição, pois, ao mesmo tempo em que relembra o progenitor, deixava claro que não gostava dele. Os biógrafos arriscam o palpite de que a disciplina rígida e severa foi o motivo pelo qual o ditador nunca gostou de seu pai. Apesar de respeitá-lo profundamente, mantém o hábito de discutir por vários motivos, incluindo posição política. O principal ponto de discórdia entre os dois era a intenção de que Adolf manifestava de se tornar pintor, decisão que Alois deixava claro ser completamente contra e que preferia que seu filho seguisse carreira pública como ele. Um esforço até certo ponto que só servia para desgastar as relações familiares, já que as decisões de Alois eram incontestáveis.

Há historiadores que arriscam dizer que a relação de Adolf com o pai, tido como um tirano e que impunha a lei e a ordem sob a forma de castigos físicos, teria ajudado a construir o exterior duro que o futuro ditador exibiu durante toda a sua vida. De fato, há relatos históricos de que Adolf teria levado muitas surras e de modo freqüente. A História do jovem Hitler é citada em vários estudos de psicologia como um exemplo de até onde podem os pais ir ao empregarem a chamada ‘educação destrutiva’ em seus filhos.

O próprio Hitler lembrou que sua maior discussão com o pai foi quando anunciou que queria ser pintor. Isso aconteceu quando ele tinha apenas 11 anos e causou o verdadeiro rebuliço na mente do conservador Alois, que se opôs imediatamente a idéia. Curiosamente, Adolf nunca citou as agressões físicas, mas deixou claro que o relacionamento pai e filho havia se deteriorado muito a partir desse dia. O futuro ditador, contrariado pelas imposições do pai, sentiria o efeito psicológico disso muito rapidamente, quando se desinteressou definitivamente pelo estudo de qualquer coisa que não tivesse ligada diretamente às artes. Conforme ele mesmo relata no primeiro capítulo da biografia Minha Luta, intitulado “Na Casa Paterna”:

Considerando o meu caráter e, sobretudo, o meu temperamento, pensou meu pai poder chegar à conclusão de que o curso de humanidades oferecia uma contradição com minhas tendências intelectuais. Pareceu-lhe que uma escola profissional corresponderia melhor ao caso. Nessa opinião, ele se fortaleceu ainda mais ante minha manifesta aptidão para o desenho, matéria cujo estudo, nos eu modo de ver, era muito negligenciado nos ginásios austríacos. Talvez estivesse também exercendo influência decisiva nisso a sua difícil luta pela vida, na qual, a seus olhos, o estudo de humanidades de pouca utilidade séria. Por princípio, era de opinião que, como ele, seu filho naturalmente seria e deveria ser funcionário público (...)

Seria impossível que isso se coadunasse com a sua usual concepção do cumprimento do dever, pois representava uma diminuição reprovável de sua autoridade paterna. Além disso, a ele cabia a responsabilidade do futuro do seu filho.

E, não obstante, coisa diferente deveria acontecer. Pela primeira vez na vida fui, mal chegava aos 11 anos, forçado a fazer oposição (...)

Eu não queria ser funcionário.

Nem conselhos, nem “sérias” admoestações conseguiram demover-me dessa oposição.

Nunca, jamais, em tempo algum, eu seria funcionário público.

Tornou-se mal-humorado e foi reprovado duas vezes no exame de admissão à escola secundária de Linz, um local que mais tarde provou ser decisivo para a formação das opiniões anti-semitas dele, que lhe foram apresentadas por meio de um professor do local, chamado Leopold Poetsch, um dos homens mais admirados pelo jovem Hitler.

Alois Hitler morreu em janeiro de 1903, numa taberna, vítimade alcoolismo.

Dois anos depois, quando tinha 15 anos, Adolf abandona a escola. Além de seu desinteresse, o rapaz pegou uma infecção pulmonar que o derrubou na cama. Como tratamento, o médico receitou que se afastasse dos estudos por pelo menos um ano, indicação que ele seguiu sem hesitar. Felizmente, eles podiam se dar a esse luxo, já que o pai havia deixado uma pensão e economias suficientes para manter a família por algum tempo.

Primeiros Passos

Para aqueles que conseguem pensar claramente, verão que falar do Fuher alemão é um assunto, no mínimo, curioso. Afinal, como um obscuro soldado austríaco conseguiu manipular a opinião pública alemã com tanta persuasão?

Para responder a essa pergunta é necessário conhecer um pouco dos fatores que provocaram a ascensão ao poder dos nazistas, que vão muito além de simples orgulho ferido pela derrota na I Guerra Mundial.

Muitas teorias foram levantadas durante todos esses anos para explicar o sucesso do nazismo, mas nenhuma delas foi conclusiva. A própria morte de Hitler está envolta em mistério e tornou-se material para as teorias de conspiração que fazem a festa dos paranóicos de plantão.

segunda-feira, 3 de maio de 2010


Os historiadores só escrevem o que querem escrever.

O que acontece durante os nove anos na União Soviética?

Rochus Misch: Fui torturado. Eles não acreditavam que Hitler estivesse morto.

Rochus Misch: Hitler era pró-ingleses. Acreditava que aconteceria uma guerra entre Leste e Oeste, comunismo contra capitalismo, e os ingleses iam liderar a guerra contra os bolchevistas. Em 1940 ingleses e alemães se encontraram em Portugal para negociar o fim da guerra. Nós, testemunhas, sabemos disso. Os historiadores só escrevem o que querem escrever.

Depois da guerra, quanto tempo passou preso na União Soviética?

Rochus Misch: Nove anos. Em 1946, voltei a Berlim só para o Tribunal de Nuremberg, não como acusado, mas como testemunha.

Como você começou a trabalhar diretamente com Hitler?

Rochus Misch: Eu não era nazista. Era apenas um soldado como outros milhões de Alemães. Mas logo no começo da guerra fui ferido na Polônia e o chefe do meu batalhão me indicou para exercer a função de segurança do Führer.

Você sabia algo sobre o Holocausto?

Rochus Misch: Nunca fiquei sabendo de nada. Hitler nunca visitou um campo de concentração. Estávamos o tempo todo juntos. Eu teria ficado sabendo. O ódio contra os judeus era mais uma questão política. Ele não era contra o povo judeu, mas contra o poder do capital judeu. A cozinheira de Hitler, de quem ele gostava muito, era judia. Acho que os campos de concentração foram uma decisão tomada em outras esferas do governo. Hitler era só um homem, por trás dele havia toda uma máquina estatal.

É óbvio que Hitler estava ciente sobre os Campos de Concentração. A questão é de outra natureza: tudo aquilo que sabemos “oficialmente” sobre o Holocausto é verdade? Por que não podemos estudar, pesquisar e escrever livremente sobre este assunto? Que verdade é essa que necessita da força da lei para se manter? – NR.

Qual sua impressão de Hitler?

Rochus Misch: Na primeira vez que iria encontrá-lo, senti medo. Mas ele entrou na sala onde eu estava, perguntou de onde eu vinha e me pediu para enviar uma carta a sua irmã Paula, que estava em Viena (Áustria). Desde então, nunca mais fiquei nervoso, era indiferente se iria vê-lo ou não. Ele era um chefe ótimo. Não era um monstro, não era uma pessoa má, não tinha problemas psíquicos. Quanto as suas atitudes políticas, eu não posso dizer nada. Mas no dia-a-dia ele era um homem absolutamente normal, descomplicado, nada de especial. Gostava de crianças e cachorros. À noite, não permitia que se falasse em política. Ouvia música e tomava chá.

Descrição totalmente contrária à imagem produzida pela propaganda de guerra aliada. E existem aqueles que acreditam ainda na grande mídia, nosso inimigo comum – NR.

Hitler sentiu medo?

Rochus Misch: Não. Nunca. Ele não tinha medo. Mesmo ao se suicidar, não demonstrou medo. Ele não iria deixar Berlim em hipótese alguma.

O filme “Downfall” lhe agradou?

Rochus Misch: Não. Como testemunha do que ocorreu, posso dizer que não gostei do filme. O Bunker não era exatamente como o filme mostra. Parecia um cemitério, uma cova. Nunca aconteceu uma cena de histeria sequer. Nesse filme os fatos foram muito americanizados, exagerados.

Mas a imagem de uma pessoa equilibrada, lutando até suas últimas forças contra os inimigos, não é a imagem ideal para a guerra psicológica travada ainda hoje contra o povo alemão por meio da propaganda de guerra, desde o término dos conflitos bélicos em 1945 – NR.

Hitler não ficava o tempo todo lá. Quando soava o alarme ele descia e, depois, ia embora. O Bunker era muito pequeno, 10 ou 12 metros quadrados. Havia um quarto pequeno onde Hitler trabalhava, uma sala de estar e um quarto de dormir. A idéia de construir esse Bunker surgiu em 1940, quando o Ministro das Relações Exteriores russo, Molotov, visitou Berlim. O chanceler russo não ficou em edifícios públicos. Foi levado ao Hotel Adlon, onde havia proteção contra bombas. Desde então, Hitler decidiu construir locais protegidos também nos prédios do governo. Na sua própria residência, não havia um Bunker, apenas um porão onde ele protegia dos bombardeiros.

Como foi o seu último encontro com Hitler?

Rochus Misch: Eu estava presente quando ele suicidou. O fim de tudo começou em 22 de abril de 1945, quando os aliados enviaram um telegrama recomendando que os Alemães protegessem Berlim. Hitler percebeu que era muito tarde. Ele disse que a guerra estava perdida. Lá estavam Bormann, Goebbels, Otto Günsche, eu. Nesse momento ele se despediu definitivamente. Pediu para não ser mais incomodado e entrou no quarto. Não se ouvia nada. Silêncio absoluto. Depois aproximadamente de uma hora, Heinz Linge e Otto Günsche abriram a porta o Führer caído à mesa e Eva Braun, no sofá, com a cabeça para trás. Hitler não morreu só envenenado, ele também deu um tiro na cabeça. Depois,corri aos escritórios para comunicar o que tinha acontecido. Quando retornei ao Bunker, o corpo de Hitler já havia sido deitado no chão e estava pronto para ser cremado. Aí eu senti medo. Havia homens da Gestapo (Polícia secreta Alemã) e achei que eles iam nos matar também, para eliminar testemunhas. Mas isso não aconteceu. O corpo de Hitler foi queimado na saída do Bunker. Era um desejo dele. Não queria que fizessem com o corpo dele, o que fizeram com o corpo de Mussolini.

Guarda-costas descreve o fim de Hitler

Durante cinco anos, Rochus Misch trabalhou como segurança do Chefe de Estado Alemão* Adolf Hitler, tendo acesso direto a tudo o que acontecia no dia a dia do Führer, desde o início da guerra até a derrota. Atualmente com 87 anos e exercendo papel de uma das poucas lembranças vivas da Segunda Guerra Mundial, Misch vive em um bairro tranqüilo em Berlim (Alemanha), para onde retornou após nove anos de prisão na ex-União Soviética.

Sobre Hitler ele não cansa de dizer que o Führer era um homem absolutamente normal e de monstro não tinha nada. Com o lançamento do filme “Downfall” (A queda em Português) **, de Oliver Hirschbiegel, os últimos dez dia de vida do grande líder*** voltam a ser foco de especulações. Misch se torna um personagem que, diferentemente dos demais, pode assistir à transformação de sua própria história em ficção. Na entrevista a seguir, o ex-segurança de Hitler fala da experiência no Bunker e compara com o que viu em “Downfall”.

Rochus Misch,O GUARDA COSTAS DE HITLER!

Rochus Misch foi guarda costas de Hitler,permaneceu leal ao Führer até o fim do Terceiro Reich. Em janeiro de 1945 Hitler tinha se recolhido para seu bunker subterrâneo em Berlim. O guarda-costas disse: "Fomos as únicas testemunhas. Estávamos no bunker, era pequeno. Não parece com o mostrado pela mídia."

Atuando como telefonista no bunker, ele acrescenta: “Em 22 de abril de 1945 Hitler disse ‘A guerra está perdida. Ninguém mais é obrigado a fazer nada’”. O Führer casou-se com Eva Braun no bunker em 29 de abril.

No último dia, logo após as 3h da tarde, Hitler deixou seus últimos seguidores e entrou numa sala privativa com Braun. Misch disse que esperaram cerca de 45 minutos até se matarem. Junto com outros soldados do bunker, ele então abriu a porta.

“Vi Hitler jogado sobre a mesa. Não vi sangue em sua cabeça. E vi Eva com seus joelhos juntos, encostada perto dele no sofá. Hitler foi envolvido em um cobertor enquanto eu olhava. Ele então foi levado para fora e queimado. Estava tudo acabado”.

Misch foi capturado pelo Exército Vermelho e enviado a Moscou, onde foi interrogado e torturado. Após oito anos de prisão ele retornou a Berlim em 1953.

Ele comenta sobre o famigerado filme "A QUEDA".

"Nao gostei,O Filme nao condiz com a realidade,Hitler nunca teve momentos de histeria,e nao ficava todo o tempo escondido no bunker."
Os argumentos revisionistas já foram refutados, o que fez com que seus defensores calassem a boca e agora apenas voltem a reafirmar suas teorias absurdas.

. Foi-lhes calada a boca por mecanismos de repressão e censura da "esclarecida sociedade moderna", “democrática”. Germar Rudolf, Horst Mahler, Wolfgand Fröhlich, e tantos outros se encontram encarcerados e impedidos de continuar sua pesquisa e publicar seus resultados. Aquele que embaraça o contraditório alheio não pode depois alegar suposta discussão de mérito, isso é um contra-senso! O debate sobre um tema dessa complexidade e extensão implica diversas fases replicáveis, sendo que as iniciativas em calar o oponente - frise-se novamente - apenas evidenciam a fragilidade da própria versão “oficial”, que não suporta contestação racional. Não há que se falar em debate quando este não é concebido em mínimas condições de desenvolvimento. A questão sobre o Holocausto, afastada até mesmo a defesa de um dos lados, se encontra hoje em dia situada primeiramente no que poderíamos conceituar como uma "meta-discussão" (discussão sobre a discussão: possibilidades jurídicas e acadêmicas).

(cont.) Não é razoável crer que o micro-universo dos fóruns e sites de internet possa representar o estágio de conhecimento sobre o assunto (até mesmo porque estamos afastados dos pólos mundiais de investigação mais substancial). Trata-se de um blefe encorajar uma aparente confrontação de idéias num espaço limitado, quando na prática não há liberdade de exploração e o mesmo grau de informação para todos os interessados (pode-se fazer aqui, inclusive, uma analogia com o conceito econômico de “dotação inicial” como requisito para o correto desenvolvimento do mercado – no nosso caso, desenvolvimento da pesquisa acadêmica).

Sabendo-se que o mainstream propagandístico compreende uma versão unilateral e totalmente viciada, o primeiro tabu a ser superado é o que diz respeito à liberdade científica quando abordado o objeto histórico 2ª Guerra Mundial e contigüidades. O Holocausto seria uma decorrência natural, de forma que o cenário fica estabelecido basicamente em duas frentes: uma dogmática, que pretende dar respostas absolutas, “intocáveis”; e a corrente revisionista, que se propõe a fomentar questionamentos e aperfeiçoar continuamente o conhecimento histórico.

- Revisionismo é “racismo” contra os judeus.

Provavelmente o subterfúgio mais oportuno para a Inquisição dissimulada, no qual se vincula uma pesquisa histórica à esfera jurídica penal, criminalizando, na prática, uma manifestação de idéias “politicamente incorreta”. Não há covardia mais patente do que conferir ilegalidade ao antagonista. O formalismo levado às suas últimas (e mais cínicas) conseqüências!

(cont.) Do resultado de uma teoria que seja desfavorável a determinado segmento não se pode automaticamente acusá-la de “racismo”. A incitação à discriminação gratuita – esta sim legitimamente passível de persecução estatal – difere radicalmente da crítica negativa, minimamente fundamentada que seja, e que não se propõe a perseguir ninguém; apenas se exerce o direito fundamental da liberdade de expressão científica, política e ideológica.
O Revisionismo é execrado por todo o mundo; diversas cortes têm sentenciado seus defensores, o que comprova a ilicitude de tal movimento.
Da mesma forma como há destacados países do Ocidente historicamente ligados à garantia dos direitos civis que rejeitam categoricamente o cerceamento à liberdade de expressão, aí inclusa a Revisão Histórica. Tratar-se-ia de mais uma (in)coerência do Sistema?

Aqueles já presos estão numa clara situação de perseguição política. Ainda assim, muitos têm conscientemente desafiado a legislação de Holo-Censura, em heróicas manifestações de desobediência civil. Dirk Zimmermann e Vincent Reynouard, por exemplo, são ícones neste aspecto.

O próprio Estado da Alemanha e os vários governos do pós-45 reconhecem o Holocausto. Trata-se de uma vergonha que o povo alemão hoje compartilha.

Há de se fazer um esforço quase místico para identificar na Alemanha atual, totalmente curvada às potências vencedoras, um Estado que represente verdadeiramente os interesses do povo alemão. Soberania: zero! Basta repassarmos a divisão em “zonas de influência”, a expropriação de enorme fatia do seu território e as tropas estrangeiras até hoje estacionadas, as absurdas indenizações que ainda se seguem (espólio), a rendição “incondicional” e seus efeitos, a migração estrangeira e perda de identidade cultural, a farsa em Nuremberg, as imposições da UNU quanto à reunificação com a Áustria (ainda que fosse resultante de consenso entre os dois países), a falta de uma Constituição regularmente promulgada, enfim, o absoluto domínio em que se encontra.

(cont.) Se há um lugar que não pode ser tomado de referência é a Alemanha ocupada. A dita “vergonha” popular não é espontânea, resulta de um processo de virulenta lavagem-cerebral do pós-guerra, por meio de todo sistema escolar e mídia. Governos? Os mesmos que comemoram oficialmente a derrota do país em datas que marcam o drama de sua população quando da “libertação” pelos Aliados?

As ocorrências de censura ao revisionismo histórico mais emblemáticas são evidentemente na Alemanha: um país que não se permite (na verdade, não lhe é permitido) que esclareça e investigue seu próprio passado. Está adstrito à versão imposta pelas nações conquistadoras.


Os “nazistas” já foram julgados e condenados, principalmente no Tribunal Militar Internacional de Nuremberg do pós-guerra. Não há mais o que se questionar sobre o tema.


O “célebre” IMT, mais apropriadamente caracterizado “Linchamento” de Nuremberg, foi mui provavelmente uma das maiores aberrações jurídicas de que se tem registro. Valeu-se de uma roupagem formal para que se oficializasse o subjugo do então país vencido, a Alemanha. Remake de Versalhes, só que com um elemento teatral mais aprimorado. Seus vícios remetem desde o básico do processualismo até o mais evidente: EUA, Rússia, Inglaterra e França – nitidamente os “vencedores” – julgaram os “perdedores”. O que dizer disto?! Nem Tribunal, por falta de legitimidade jurisdicional, nem militar, por ter maioria civil, e muito menos internacional, por ter sido composto pelas potências não-neutras durante a guerra e diretamente interessadas no saldo que dali proviesse. Os únicos “crimes” considerados foram os supostamente praticados pelo Eixo. Foi declaradamente um jogo de cartas marcadas.

(cont.) Pergunta-se: quem foi responsabilizado pelo bombardeio a Hiroshima e Nagasaki, os únicos ataques atômicos da História; um genocídio reconhecido e até hoje minimizado? E o ataque com bombas incendiárias a população de Dresden? Ou os milhares deliberadamente mortos nos campos de prisioneiros de guerra de Eisenhower? Ou então os deportados aos Gulags soviéticos? E o Massacre de Katyn? Pesa a consciência humanitária dos “mocinhos”...

Não existe na História a adequação da figura jurídica do trânsito em julgado, ou seja, a irrecorribilidade. É precisamente o intento de criticidade e vanguarda poderem-se analisar as condições em que se deram esses “julgamentos” e a real possibilidade de defesa dos réus, sob o ponto de vista do elo fraco na relação desigual que se compôs
Revisionismo é “nazismo”. Não se pode permiti-lo porque afronta os valores “democráticos” sobre os quais está assentada a sociedade. Trata-se de um movimento da “extrema-direita” autoritária

Seguramente, do resultado de uma nova perspectiva histórica para a Segunda Guerra Mundial, em especial o Holocausto Judeu, abrem-se brechas para a desestabilização de muitas das principais forças já consolidadas no mundo contemporâneo (grupos políticos, ideologias, correntes filosóficas, valores sociais). Seria hipocrisia negar o beneficiamento da assim chamada “Terceira Posição”; nada mais natural neste tardio contraditório aos derrotados.

O que não envolve, contudo, uma relação de sujeição do revisionismo a qualquer bloco político; trata-se de um novo olhar, uma proposição de releitura da História em qualquer tempo e sob quaisquer prismas. O enfoque temático circunstancial não compromete as possibilidades futuras (e presentes), que são ilimitadas!

(cont.) Ora, se os regimes atuais necessitam eliminar qualquer remota defesa de sistemas de idéias já sobrepujados para não terem concorrência e só assim poderem alardear “legitimidade e prestígio”, que “democracia” é essa que só reconhece a sua própria autoridade e admite apenas o que lhe é conveniente?

Não podemos esquecer, ainda, que muitos dos revisionistas se filiam a correntes diversas, não existindo um grupo homogêneo: há desde ex-participantes da resistência anti-nazista, como Paul Rassinier, passando mesmo por membros da comunidade judaica, liberais, anarquistas, muçulmanos e tantos outros segmentos que de longe não se aproximam da ignóbil “extrema-direita”.

Considerada a realidade brasileira, por que reviver um assunto tão irrelevante aos tempos atuais? Há também matérias mais importantes da conjuntura global para se debater e nos preocuparmos.

A mesma pergunta deve ser feita aos que nos tem “bombardeado” diuturnamente nas últimas décadas com incontáveis produções – principalmente dramaturgia o mais apelativa possível – visando doutrinar as novas gerações na Holo-Cartilha. O Revisionismo nasce como um contraponto a essa propaganda e como movimento de esclarecimento sobre o principal marco do século XX, o pós-45.

O Brasil - não nos enganemos - esteve e continua fortemente ligado ao desenrolar do conflito bélico europeu. Não se pode simplesmente – pra não dizer ingenuamente – querer ignorar o passado, ou pior, cristalizá-lo.

Negar o Holocausto é uma ofensa à “memória” dos sobreviventes?Revista VEJA: “Por que negar o holocausto tem de ser um crime e não um direito garantido pela liberdade de expressão?

Elie Wiesel: Porque dói. Dói nos sobreviventes, nos seus filhos e nos filhos de seus filhos. Quem nega o holocausto, por causa da dor que inflige aos sobreviventes e seus descendentes, comete mais do que apenas um pecado. É uma crueldade, uma felonia. Mesmo assim, nem todos os países punem a negação do holocausto
O Revisionismo é uma pseudociência. Não se deve dar credibilidade a seus autores e seu método é falacioso.

Interessante aqui justamente o expediente de atacar o procedimento para, mais uma vez, criar óbices ao exame do mérito. A desqualificação apriorística do adversário é uma evasiva óbvia por demasiado. Igualmente, só se pode conferir a apontada falta de credibilidade revisionista através da análise direta de seus argumentos, sem intermediários que queiram, por si, impedir o acesso público às suas obras.



Top Ten das refutações revisionistas ao Holocau$to

Como é possível negar o Holocausto? Um fato tão notório, comprovado, indiscutível. E os filmes, documentários, testemunhos, enfim, tudo o que já foi amplamente produzido para denunciar a barbárie do regime “nazista”?
Não apenas o Holocausto, mas também a Revolução Francesa, o 11 de setembro, o Império Romano, a Revolução Russa, a Idade Média, as Guerras Púnicas... Enfim: toda a História é passível de livre pesquisa não vinculada a este ou aquele resultado pré-estipulado. Aqui não se trata de dar o status de “inviolabilidade” a qualquer evento, e sim conceber a liberdade científica como irrestrita a qualquer período da humanidade. E, uma vez que o suposto Holocausto Judeu gozaria de tamanho arcabouço probatório, “notoriedade”, seria muitíssimo mais apropriado refutar os revisionistas e desmoralizá-los publicamente (pressupondo-se, obviamente, um ambiente de pesquisa não-reprimido). A censura às suas idéias, todavia, evidencia a fragilidade da versão “oficial” dos vencedores. Note-se que exatamente um fato apregoado de forma tão “indiscutível e reconhecida” pôde ser fortemente desestabilizado por pesquisadores independentes dispersos, com ínfimos recursos financeiros e de mídia se comparados à Holo-Indústria.

O que é inacreditável e equivale a algo sensacional é a declaração de van Pelt no STAR, onde ele disse que nossos conhecidos testemunhos sobre Auschwitz não possam ser comprovados criminalmente (investigação forense). Devido a uma declaração deste porte, inúmeros pesquisadores do Holocausto foram/estão jogados por anos nas masmorras. Em 2009, por exemplo, Horst Mahler foi preso e deve cumprir uma pena de mais de 12 anos. Aqui as passagens mais importantes de Robert Jan van Pelt na entrevista ao STAR:

“Robert Jan van Pelt é arquiteto e especialista sobre Auschwitz. Ele declarou:

’99% daquilo que sabemos sobre Auschwitz não podem ser comprovados através da ciência. Nosso conhecimento é parte do conhecimento herdado... Neste sentido, eu não acredito que o Holocausto seja algo fora do comum. No futuro, quando lembrarmos o Holocausto, nós o faremos da forma que é feito com a maioria das coisas do passado. Nós relacionaremos nosso conhecimento à literatura e aos depoimentos das testemunhas... Nós tivemos muito sucesso em lembrar o passado desta forma. [...] Colocar o Holocausto em uma categoria separada e exigir que mais provas materiais sejam fornecidas, significa de fato nos curvarmos diante dos negadores do Holocausto, onde estaríamos disponibilizando um tipo de prova especial’.[The Star, Canadá, 27/12/2009]
http://www.thestar.com/news/insight/article/742965--a-case-for-letting-nature-take-back-auschwitz

O maior genocídio da história mundial deve permanecer segundo, van Pelt, sem comprovação criminal e ao invés disso, melhor seria se apoiar nos conhecidos testemunhos dos ex-prisioneiros de Auschwitz. Estes testemunhos, caro leitor, cada um de nós deveria conhecer. O livro de Jürgen Graf – “Auschwitz: confissões dos assassinos e testemunhas do Holocausto” – apresenta um relato ímpar sobre o tema.

O que para a maioria das pessoas comuns possa parecer impossível é de fato realidade: ao longo do processo de Auschwitz em Frankfurt (50/Ks 2/63), que durou muitos anos, nunca houve uma autópsia sequer, nem investigações forenses da arma do crime, embora o tribunal tenha acompanhado os relatos das testemunhas em Auschwitz e tenha visitado o local. Uma investigação forense não foi exigida pela justiça, mas esta reclamou no veredicto que tal investigação não foi apresentada:

“Outra dificuldade foi que as testemunhas – compreensivelmente – puderam fornecer somente em raros casos detalhes precisos sobre locais e época de determinados acontecimentos. [...] Pois falta ao tribunal quase todas as possibilidades disponíveis de um processo criminal comum para formar um quadro fiel dos reais acontecimentos na época do assassinato. Faltam os cadáveres das vítimas, os protocolos das autópsias, laudos de peritos sobre a causa mortis e o horário das mortes; faltam as pistas dos assassinos, das armas do crime e assim por diante. Uma comprovação dos testemunhos foi somente possível em casos raros.” [Veredicto de Auschwitz 50/Ks 2/63, página 109]

Não é inacreditável? O tribunal confirma que os testemunhos do veredicto, elogiados por van Pelt, não puderam ser comprovados e eram imprecisos. Aqui segue novamente a respectiva passagem do veredicto, página 109:

“As testemunhas – compreensivelmente – puderam fornecer somente em raros casos detalhes precisos sobre locais e época de determinados acontecimentos... Uma comprovação dos testemunhos foi somente possível em casos raros.”

Para elucidação do "maior crime da humanidade" não foi exigido qualquer tipo de investigação criminal. Esta a herança do apagar das luzes a 8 de maio de 1945: com muita propaganda e “no grito”, é possível estabelecer uma Nova Ordem Mundial. Aqui reside farta justificativa para a desordem atual, onde ciência e razão sucumbem diante da emoção e dogmatização – NR.

Com testemunhos imprecisos e sem qualquer comprovação forense: foi desta forma, portanto, como o Holocausto de Auschwitz foi comprovado. E qualquer pessoa, que apresente o Relatório Rudolf e exija um debate livre, vai para trás das grandes por longos anos, até pelo resto da vida. E o Relatório Rudolf permanece irrefutável. Mais de 300 professores de química inorgânica das universidades da Alemanha não puderam ou não conseguiram encontrar qualquer erro no trabalho de Rudolf. O perito judicial suíço, Professor de química Dr. Henri Ramuz, atestou a competência científica de Rudolf e o diretor da Fundação judaica Anne-Frank, Hans Westra, disse a 27 de abril de 1995 na televisão belga (Panorama):

O especialista judeu Robert Jan van Pelt:
”Nós não podemos comprovar através de investigação forense
99% dos relatos sobre gaseamento”

“99% dos testemunhos não podem ser comprovados”

“Sim, não é verdade. Mas em minha imaginação era verdade.” [Herman Rosenblat]

O especialista judeu para Auschwitz, Robert Jan van Pelt, gostaria de ver destruídas as ainda existentes provas de Auschwitz. Aparentemente a pressão do mundo islâmico, diante do excelente relatório de Germar Rudolf, torna-se maior a cada dia que passa. Van Pelt gostaria de evitar a todo custo tal investigação oficial. Ele declarou isso em entrevista a um jornal canadense – THE STAR, sugerindo a demolição de todas as ruínas de Auschwitz-Birkenau. Somente o prédio do Stammlager deveria ficar em pé, sobre o qual o próprio van Pelt já afirmara em seu livro “Auschwitz: 1270 até hoje”, que lá nunca aconteceu qualquer “gaseamento”.

Robert Jan van Pelt também gostaria que não fosse mais realizado qualquer laudo científico sobre a sede do Holocausto-profissional. E isso, embora o teto das ruínas ainda exista. E este deveria mostrar o “azul cianídrico” e poderíamos mensurar ainda no reboco das paredes os subprodutos das reações com o gás venenoso (cianureto contido no fumigante Zyklon-B).